2 de setembro de 2012

Diário Web - Novo CD do NX Zero chega às lojas


Nos últimos três anos, o NX Zero produziu o CD “Projeto Paralelo” (2010) - uma espécie de namoro com o rap, com participações de Emicida, Marcelo D2 e outros ícones do segmento - e o CD e DVD “Multishow Ao Vivo: NX Zero 10 Anos” (2011) - primeiro registro ao vivo e comemorativo, também ao lado de convidados, inclusive do rap. Porém, o recém-lançado “Em Comum” é a primeira coletânea só com novas canções, desde “Sete Chaves” (2009). 

Para o vocalista, Di Ferrero, o hiato causado pela agenda lotada com os trabalhos anteriores calhou com a necessidade de repensar os rumos da banda, formada também pelos músicos Gee Rocha (guitarra e vocais), Fi Ricardo (guitarra), Caco Grandino (baixo) e Dani Weskler (bateria). 

“Foi uma coincidência boa, porque todo mundo precisa de um tempo para respirar e renovar. A galera já pedia um disco só de inéditas, mas nós temos nosso próprio tempo. Chegou uma hora em que surgiu a vontade de fazer algo novo, não foi imposto. É uma parada diferente, mais madura, que mostra nossa fase atual”, analisa o artista, que tem um tio em Rio Preto e já passou férias na cidade. 

Nos últimos três anos, muita coisa rolou, como a participação no Rock in Rio e a terceira indicação ao Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro. Fora dos palcos, os amigos do colégio se tornaram homens - hoje, cada um tem sua própria casa, Weskler se casou e Ferrero mudou-se para o Rio de Janeiro. Mudanças que também transpareceram nos caminhos profissionais.


Se em “Sete Chaves” Ferrero não conseguia escrever sobre situações que não tivesse vivido, pela primeira vez ele deixa um pouco de lado o próprio universo para falar sobre coisas alheias à sua rotina. A primeira música de trabalho, “Maré”, é um desses exemplos. Já as homenagens à namorada, a atriz Mariana Rios, ficam para uma futura gravação. 

O vocalista explica que há muito tempo ouviu “Cotidiano”, de Chico Buarque, e achou a letra “demais”. Certo dia, estava com uma turma de amigos que cresceu com a frustração de não poder seguir carreira artística, e acabou criando a história de duas pessoas que não faziam o que queriam. “É uma letra que sempre quis fazer, mas antes não me sentia maduro para fazer como queria. 

Tudo está mais simples, mais ‘clean’ e mais bem resolvido. Estou falando do disco e de nós mesmos”, diz.Coincidência ou não, estar na orla carioca trouxe um clima de samba e de MPB ao trabalho de Ferrero, que tem ouvido Sandra de Sá, Cartola, Adoniran Barbosa, entre outros. 

A faixa “Sem Hora para Voltar” faz clara alusão ao “malandro” Zeca Pagodinho. “Eu compus de frente para o mar. Isso ajudou muito.” Mas também há espaço para influências do bom e velho rock’ n’ roll. Nascido em 1985, o líder do gupo conta que nunca tinha parado para ouvir direito as bandas dos anos 1980. 

Então, ligou o botão da nostalgia para revisitar clássicos de Ultraje a Rigor, Barão Vermelho, Legião Urbana, Capital Inicial e outros famosos daquela época. O resultado é uma montanha-russa sonora, com direito a melodias alto astral, pegada política e riffs de guitarra à la Foo Fighters. 

Para levar essa atmosfera ao material gráfico, o escalado foi o artista plástico paulistano Flavio Rossi. O trabalho que ilustra a capa e o recheio do encarte é dele e traz figuras provocativas, que riem, gritam e se calam. “Tem várias paradas em comum, esse foi o conceito.” O quinteto acaba de voltar do Japão e pretende focar em turnês nacionais até o fim do ano. 

Paralelamente ao show deste álbum, eles circulam com o projeto “Set-List”, em que os fãs podem votar pela internet para escolher o repertório da apresentação.“Temos várias datas fechadas para receber a nova estrutura, então, neste ano, vai ser difícil viajar de novo para o exterior. Mas, daqui a pouco, queremos dar um rolê pelo mundo”, diz ele. 
Que venham os próximos três anos. 

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